Federico Garcia Lorca - 12 Canções Para 2 Violões (1973)

2019-06-21T13:48:55Z

Federico Garcia Lorca - 12 Canções Para 2 Violões (1973)


A1 	Zorongo Gitano 	2:56
A2 	Sevillanas Del Siglo XVIII 	3:09
A3 	Las Morillas De Jaén 	2:54
A4 	Anda Jaleo 	3:59
A5 	Los Mozos De Monleón 	3:00
A6 	Los Reyes De La Baraja 	2:50
B1 	Los Cuatro Muleros 	2:48
B2 	Nana De Sevilla 	3:08
B3 	Café De Chinitas 	3:45
B4 	El Vito 	2:50
B5 	Los Pelegrinitos 	3:30
B6 	Las Tres Hojas 	2:29

Paco De Lucía, Ricardo Modrego - Flamenco Guitar

LP "FEDERICO GARCIA LORCA - 12 Canções para 2 Violões", com Paco de Lucia e Ricardo Modrego. Belíssimo álbum que faz jus ao poema do artista: "Cuando yo me muera/ Enterradme con una guitarra / Bajo la arena". Philips, 1973. Ótimo estado. ---anamelloleiloeira.com.br

Sabemos que Federico Garcia Lorca desejou ser sepultado com uma guitarra. Como o poeta, a guitarra nasceu na Andaluzia e, por enganoso que possa parecer tal paralelismo cronológico nada nos impede de meditar sobre o fato de que Lorca havia consagrado a música e a guitarra suas primeiras confidencias artísticas.

Sabemos que a pintura e o desenho foram sua segunda paixão antes que a poesia escrita não arrebatasse completamente os recursos expressivos desse filho de Granada. Todos os biógrafos, enfim, insistiram na amizade muito viva que o unia a Manuel de Falla: talvez esteja aí o segredo do abandono muito precoce da música, pois, malgrado uma cortesia legendária, a vida, a obra e a ética do maior dos musicistas espanhóis tinham tudo para intimidar a vocação ainda malafirmada do estudante (Lorca se licenciou em Direito em Granada em 1923; Falla oferece então ao publico seu Ratablo de Maese Pedro. O concerto para o cravo só apareceria três anos mais tarde, Falla sería, a parti daí, de uma exigência tal que, pouco depois, só o silencio restou.)

Freqüentemente se insistiu no caráter terreno da poesia de Lorca, aos seus anos de juventude (passado sob o domínio familiar), o autor do ROMANCERO GITANO deve, entre outras coisas, uma rara faculdade de encerrar numa poesia, ao mesmo tempo direta e erudita, tanto a vivacidade andaluza quanto o seu “sentimento trágico da vida”.

O sucesso de Lorca junto a toda categoria de leitores não tem outras razões, não mais que o sentimento de autenticidade que ele procura, permanecendo sem cessar na vanguarda e atento as correntes mais avançadas da criação artística.

Este enfoque por certo esquemático da obra literária parecia necessário para uma justa apreciação da musica deixada pelo poeta pois esta, embora em grau de menor afirmação, revela exatamente as mesmas dosagens. Não se trata aqui do abandono de um “violino de ingres”, logo deixado por uma lira melhor, mas precisamente de um primeiro estado do pensamento criador de Lorca e quase uma primeira definição (musical, mas porque levantar barreiras entre as diferentes artes?) dos fins que ele pretendia tanto no lirismo escrito quanto em sua obra teatral.

Trata-se, com efeito, de harmonizações de cantos populares ouvidos desde a infância mas os quais o jovem musico (e aqui a influencia de Falla é muito sensível) se esforçará para dar uma feição em que o conhecimento e a precocidades do pormenor serão menos ornamentos superacrescentados que uma maneira refletida de lhes designar a crueza essencial, a universalidade expressiva. Quando a maneira dos dramaturgos do Século de Ouro (e de Shakespeare), nosso autor dramático entrecorta seus diálogos com adaptações novas de canções comparáveis características, ele não procede de maneira diversas, usando ornamentos cênicos (um ator cantarolando) para melhor fazer sentir o núcleo dramático. Nos poemas do mesmo modo, as precocidades da linguagem como as metáforas expressivas herdadas por vezes do CULTISMO de Gongora, não apenas não excluem mas ainda avivam a intensidade da evocação, liberando o sentido em vez de o dissimular sob o que chamamos, não raro por antífrase, as “flores de retórica”.

Retórica florida, justamente, como a de Lorca, paradoxo que por si só justifica e torna agradável, por exemplo, esta improvisação sobre os famosos CUATRO MULEROS (no começo da segunda face), no curso da qual o tema conhecido só aparece no final, depois de muitos acordes e outros tantos meandros melódicos, como de surpresa, de uma maneira de humor satisfeito profundamente espanhol (em graus diversos, a absorveção vale para todos os motivos celebres que aqui ouvimos: ANDA JALEO, SEVILLANAS DEL SIGLO XVIII, EL VITO, CAFÉ DE CHINITAS).

Por certo, todos estes motivos populares são andaluses. Nenhum outro seria suficientemente ajustado com a alma profunda de Lorca: aqui, ainda, a diferença se assinala diante das pesadas harmonizações que eram a regra de muitas escolas do começo de este século. Não são obras de aprendiz, mas musica de estética já madura, que sabe perfeitamente que campo deve ser cultivado, com exclusão de qualquer outro.

Sabemos que antes da morte de Lorca numerosos de seus poemas haviam tornado, por assim dizer, a sua origem, propagados pelas ruas anonimamente, ou eram ditos, espontaneamente, como expressão nova do mundo do qual haviam fixado a quintessência. Cumpre ver uma simplicidade menor nestas harmonizações sinuosas e confiadas a duas guitarras? Admiraremos, como nos poemas de maior vida, a finura da escrita e esta faculdade muito impressionante de ter, apesar de tudo, o ar de ser despojado ou pelo menos LÍMPIDO.

Notemos, enfim, que num desenho freqüentemente publicado, como num poema famoso, Lorca se refere à antiga guitarra, a de antes do século romântico, instrumento que só tinha cinco cordas. O futuro poeta havia aprendido musica (ele era também pianista) com sua mãe e sua tia; mal podemos crer que essa pratica familiar tenha sido preocupação da antiga tradição a ponto de não admitir senão um instrumento do século XVIII. Temos ai a simples preciosidade arcaica ou cumpre ver um efeito desse despojamento e desse gosto de sonoridades mais contidas dos instrumentos antigos, de que Falla se faz apóstolo? Eis um detalhe da legenda de Lorca que nem os musicólogos espanhóis nem os numerosos admiradores do poeta pensaram, parece, em esclarecer. ---MARCEL MARNAT, tiendacafeconche.blogspot.com

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Garcia Lorca y Argentinita - Coleccion de Canciones Populares Espanolas (1931)

2011-02-19T19:40:38Z

Garcia Lorca y Argentinita - Coleccion de Canciones Populares Espanolas (1931)


1. Zorongo gitano 
2. Anda jaleo
3. Sevillanas del siglo XVIII             play
4. Los cuatro muleros
5. Nana de Sevilla
6. Aires de Castilla
7. En el Café de Chinitas
8. Las morillas de Jaén
9. Romance de los mozos de Monleón        play
10. Las tres hojas
11. Sones de Asturias

Grabaciones originales de 1931.
Federico García Lorca al piano y la "Argentinita" en la voz. 
Recuperación por parte de Lorca de algunas de las canciones fundamentales 
del folklore hispano-andaluz. 
Referencia inevitable para todos los flamencos.

Intérpretes: Estas grabaciones históricas contiene la selección de temas populares que registraron Lorca y La Argentinita en una clara reivindicación de la música popular española. Estas mismas adaptaciones han dado lugar a decenas de adaptaciones que ya forman parte del repertorio flamenco actual. Federico Garcia Lorca: piano. "La Argentinita": cante.

This is a digital remaster of the 1931 recordings that Lorca did for La Voz de Su Amo (His Master's Voice). Lorca accompanies on piano and La Argentinita plays the castanets and sings the folksongs which Lorca "rediscovered" and published. There are arrangements which have been interpreted by Teresa Berganza and by Ana Belen, but this is what we might call the authorized version.

Sonifolk issued a first digital remaster in 1989 and then in 1994 issued this cleaner version using an updated digital technology. The cd version includes invaluable and extensive liner notes: Pedro Vaquero, "La Argentinita, Garcia Lorca y las canciones populares antiguas" in English and Spanish; Federico de Onis, "Garcia Lorca, folklorista"; Adolfo Salazar, "La Voz de Su Amo, un cancionero viviente"; s sketch of La Argentinita and other dancers in the opening night production of El amor brujo (El Sol, Madrid, 16 de junio 1933); a holograph note from Lorca to La Argentinita; and a sketch of La Argentinita in bullfight dress accompanied by a brief note-- "Querida comadre, como no pude despedirme de usted . . ."

The collection is available for mp3 download through Amazon and itunes, but these do not include the artwork and liner notes. An on-line search will find you the complete package at several sources, including this reviewer, Ferry Lane Traders, who has two for sale. --Dorothy

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Federico Garcia Lorca - 12 Canções Para 2 Violões (1973)

Garcia Lorca y Argentinita - Coleccion de Canciones Populares Espanolas (1931)